Ter
muitos amigos on-line não significa que você terá mais pessoas para lhe ajudar
quando estiver deprimido. Uma pesquisa publicada em janeiro pela revista The
Royal Society Open Science mostra que temos tendência de manter um grupo
pequeno de amigos - seja na internet ou na vida real.
Robin
Dunbar, autor do estudo e psicólogo de Oxford,
analisou uma pesquisa com 3.375 usuários do Facebook no Reino Unido. Descobriu
que, apesar de contar com uma média de 150 amigos, essas pessoas procuravam
apenas cerca de quatro deles durante uma "crise emocional". Os
usuários também buscavam apoio de cerca de 14 amigos devido à
"empatia" entre eles.
As
pessoas tendem a ter um número semelhante de amigos próximos na vida real, de
acordo com uma pesquisa anterior de Dunbar sobre redes sociais. Por isso,
apesar de sites de mídia social como o Facebook expandirem nossas redes
on-line, eles na verdade não engrossam nossas fileiras de amigos verdadeiros.
É por
isso que manter amizades importantes, on-line e off-line, requer muito tempo e
esforço mental. "Criar amizades é muito caro em termos de tempo: para
manter uma amizade você tem de investir muito tempo na pessoa, de outra forma a
amizade inexoravelmente cairá em qualidade", disse Dunbar ao The
Huffington Post por e-mail.
Isso não
significa que a tecnologia nunca nos permita superar as limitações que mantêm
os grupos sociais dentro de uma intimidade apenas relativa, diz Dunbar. A tecnologia que consegue aproximar
interações cara a cara também pode ter um maior peso na conquista de amigos na
vida real.
As descobertas
de Dunbar não significam que as amplas redes sociais não têm valor. "Transmitir
um pedido de informação através de uma atualização do 'status' é uma ótima
estratégia para conseguir uma resposta rápida de uma rede diversa", disse
Ellison, que pesquisou as redes de amigos do Facebook.
Sem o
contato cara a cara, as amizades tendem a desaparecer.
O tempo
gasto atualmente no Facebook para manter amizades que estão morrendo poderia
ser utilizado no desenvolvimento de novas amizades, mais significativas. E
fazer novos amigos, conclui Dunbar, é provavelmente uma melhor maneira de
utilizar o próprio tempo.
Se você
não se esforçar, aquele amigo do Facebook se tornará, inevitavelmente, "um
conhecido" do passado, Dunbar escreveu.
Fonte:Superinteressante
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