terça-feira, 26 de abril de 2016

A terceira opção

Com essa situação calamitosa na qual vivemos, o Brasil vivencia uma verdadeira crise institucional. Muito mais do que uma bipolarização entre os dois maiores partidos, hoje estamos diante de situações mais complexas.

Existem os que apoiam a garantia da democracia com a continuidade do governo Dilma, mesmo diante de tantos problemas pra resolver. O país há meses está paralisado com essa situação política.

O outro grupo quer a todo custo retirar o governo pra o vice assumir o país e reconduzi-lo ao crescimento econômico na qual está estagnado com índices alarmantes de desemprego.

No entanto nos últimos dias vem crescendo  o número de pessoas que buscam uma terceira opção__a realização de novas eleições para a escolha de um  presidente. Segundo o colunista Leolpoldo Vieira  a Pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira, 25/04/2016, crava que 62% apoiam a convocação de novas eleições, 25% que Dilma fique e reformule o governo e apenas 8% que o vice-presidente Michel Temer assuma".

Hoje o que se percebe é que Dilma ainda detêm um pequeno apoio popular enquanto que o vice não conseguiu emplacar na preferência dos brasileiros. A população, mesmo os que não apoiam o governo, não setem confiança em Temer e muito menos no seu maior aliado Eduardo Cunha. Este  na cola de Temer mancha cada vez mais esse processo de impeachment.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A história, o grito e o muro

Muito se compara o que aconteceu no Brasil em 1964 com o momento que vivemos agora. Talvez coincida o clima beligerante, a preocupação das pessoas com o futuro do país, o agito político e a mídia golpista insuflando as pessoas à embarcarem em sua empreitada anti-democrática. No entanto, se falou tanto sobre riscos de um novo golpe militar, pedido por muitos, mas estamos recebendo um golpe judiciário-midiático – e essa é uma diferença e tanto.

Alguns pontos semelhantes entre 1964 e 2016: o forte viés moralista usado como mote para se dar o bote. Estratagema também usado em outros momentos da história – o destaque é que não é preciso os acusadores possuírem moral ilibada nem provar solidamente qualquer tipo de acusação, – o inverso do previsto em nossa Constituição.

Nesse contexto, dispositivos consagrados na Constituição brasileira tais como a presunção de inocência e o direito à ampla defesa são categoricamente desconsiderados.

Tudo é aceito, pelos “homens de bem”, para que o câncer brasileiro seja extirpado.
É notório que tanto no golpe de estado impetrado em 1964, quanto o que se tenta consolidar hoje, encontra-se o elemento externo. Sabe-se, agora, a forte participação do governo dos EUA na derrubada da democracia brasileira e de tantas outras pelo mundo, naquele momento de forte disputa ideológica, estágio da história em que fincavam sua bandeira imperialista pelo mundo.

Se em meados do século XX, num contexto de pós-guerra e Guerra Fria em vigor, as disputas mundiais possuíam um forte teor nacionalista, em defesa dos Estados-Nação, atualmente, em um contexto marcado pela hegemonia neoliberal e extrema liberalização dos mercados, quem dá as cartas da política global são as grandes corporações, com seus lobbies, com seus poderes cada vez maiores e mais concentrados. E, ao contrário do senso comum, tal poder não influencia apenas um partido. Como se pôde perceber na lista da Odebrecht, trata-se de um problema sistêmico.

Fonte:Cássio Garcia Ribeiro e Mário Tiengo via Pragmatismo Político

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Um momento descrito em um poema de Drumond

    O sentimento coletivo do povo brasileiro é sem dúvida nenhuma o de vergonha. De tantas coisas que já passamos a história nos lembra ainda não aprendemos. Vivemos hoje para pagar imposto, sustentar as regalias dos nossos políticos e ser desrespeitados dos nosso direitos. 
    O poema E AGORA, JOSÉ? foi criado por Carlos Drumond  durante a Segunda Guerra Mundial (1945), na época, Brasil vivia um momento difícil com o governo Vargas, e a sensibilidade desse poeta retratou o conflito que exista do cidadão comum com o que vivia. Hoje, esse poema ainda continua tão atual dentro da nossa conjuntura política e social.  
     
    E AGORA, JOSÉ?
               E agora, José?
          A festa acabou,
          a luz apagou,
          o povo sumiu,
          a noite esfriou,
          e agora, José?
          e agora, você?
          você que é sem nome,
          que zomba dos outros,
          você que faz versos,
          que ama, protesta?
          e agora, José?
...
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você consasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José! 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

5 lições que devemos tirar da 1ª Etapa do processso impeachment na Câmara Federal

Não vou aqui fazer alusões sobre o que aconteceu ontem em Brasília, não vou externar minha indignação sobre tantos erros que seguem junto ao rito desse processo de impeachment. Mas não poderia deixar de citar algumas lições que aprendemos sobre o que ocorreu no último domingo(17).

  • 1ª lição: como somos péssimos eleitores, não sabemos escolher nossos representantes políticos, pelo que vi e ouvi tantas asneiras tenho a plena convicção que são despreparados esses nossos representantes.

  • 2ª lição: esse processo não é contra o que a Dilma fez, mas o que ela deixou de fazer. Colocou no escanteio os grandes marajás, não permitiu que esses fizesse parte do governo e acabou mexendo no covil de cobra, ou seja, é uma vingança de Cunha e aliados. 
  • 3ª lição: a Dilma não tem amigos, dos 180 a 200 votos que ela esperava conseguir não conseguiu nem 150 votos.
  • 4ª lição: não vai haver nenhuma mudanças, vamos trocar 6 por meia dúzia, mas temos que nos conformar pois o povo tem o governo que merece.
  • 5ª lição: não temos um legislativo sério e coerente, nossa "casa do povo" está mais para "circo dos horrores" com esses deputados que escolhemos.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Só sei que já não sei de nada

Diante de tantas péssimas expectativas sobre o que passamos atualmente, resolvi postar  um texto muito interessante escrito por Elisangela Frontino, não é um texto sobre a política, mas retrata muito bem a condição que estamos passando, onde não temos certeza de nada. Não sabemos o que nos
 sabemos o que nos aguarda nos próximos dias com tantas coisas incertas na política e economia do Brasil.

"A busca pela “certeza” e “segurança” é prioridade no foco da maior parte das pessoas. E sendo isso também uma das causas do sofrimento e prisão que vivem. Há uma necessidade de ter certeza de quanto irão ganhar no final do mês, uma certeza de que o seu relacionamento conjugal durará até que a morte os separe, certeza de emprego certo. Precisam ter certeza de que o que esperam e calcularam será exatamente aquilo, se não entram em estado de ansiedade, gerando stresse. 

Mas, o interessante é que em suas palavras elas deixam escapar também o desejo de se libertar de um relacionamento no qual não estão mais felizes, no fixo que ganham para garantir somente o pagar contas, e na ilusão da sua certeza experimentam stresse por não estarem vivendo como realmente gostariam  e sim sobrevivendo porque suas escolhas foram feitas baseadas no medo.

Desde muito cedo fomos condicionados, treinados a viver de determinada maneira, acreditando ser o “certo” e “seguro”. A palavra incerteza para nossa mente não soa de forma agradável. Mas, a beleza, a grandeza e o sentido da vida está na incerteza. Se o certo fosse certo poderia engessar e matar o seus sonhos. Aprenda a questionar a si mesmo quando se perceber se dando a sentença final  dizendo que a vida é assim mesmo, o país está em crise, o mundo é uma violência, só irei melhorar de vida quando o governo mudar, não posso, não sou bom o suficiente. Quem ou o que fala isso por você?

É na incerteza, que temos a oportunidade de mudar uma realidade que não queremos mais viver. Mas, se você ainda gosta de ter certeza e está apegado a ela, imagine você com a certeza do diagnóstico do médico dizendo que você vai morrer dentro de tantos dias, pois o seu câncer não tem cura. Ou por você ter nascido em uma família de pouco recurso financeiro e é certo que a sua vida também será assim e por aí vai…

Eu sinto muito em te dizer mas, eu tenho uma triste notícia para você: A certeza para se sentir seguro que você busca não existe em si, a única certeza que podemos ter é o tempo do “agora”, é a única coisa que de fato temos. O passado não existe e o futuro pode não existir."

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Um dia depois do domingo(17)

Já estou até imaginando o que ocorrerá no domingo a tarde nas  principais cidades brasileira com manifestações pró e contra o impeachment. Em São Paulo já está marcado manifestação na avenida paulista com a expectativa de reunir mais de 100 mil pessoas.

Diante desse cenário o que me causa muita estranheza é que já há uma quase certeza absoluta que o impeachment  passará na  Câmara Federal.Existe até mesmo um "bolão" entre os parlamentares para ver quem acertará.Fico eu aqui matutando com meu neurônios_olha só a que ponto chegamos! Esses parlamentares que nós colocamos lá pra nos representar fazendo "bolão" por um assunto tão importante para o país, como se fosse brincadeirinha! Uma atitude, no mínimo de mau gosto.

O que temos também pra nos preocupar é o que ocorrerá  no Brasil após essa avalanche toda de impeachment? Se o governo Dilma continuar ela terá um grande desafio pela frente que será tentar governar diante de uma oposição tão ferrenha que não irá se aquietar até vê-la fora do governo. Por outro lado, se ocorrer o impeachment então a batata quente ficará por conta de Michel Temer e ele resolverá o problema.

Hoje o discurso do vice- presidente é ser uma espécie de salvador da pátria, resolver todas as dificuldades. Já foi criado até mesmo um soneto para Michel Temer:

Já não há o que temer, o vice versa!
E num coração de poeta não há maldade!...
Mas, vixi, vice! Tal intimidade
É melhor no anonimato submersa!

Bom, não há o que temer, se bem não versa, 
Mostra em belas cartas sua lealdade!...
Mas, vixi, vice! Chamas a isto lealdade?  
Olha que bem parece a coisa inversa!

Enfim, não há muito que temer, nosso vice
É decorativo... Mas que atitudes...
Tu tens umas asinhas bem pra fora!  

Vazou na net teu discurso agora!?
Bem pior seria se fossem teus nudes!
Hum... o vice quer é ser um vice-versa...

                                                           Sandor Buys 

Então quem viver verá o que restará do Brasil depois de domingo e aguardamos que entre os escombros que restarem desse país seja possível restaurá-lo.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Que lições podemos tirar com a crise do Brasil?

Toda crise acrisola, purifica e faz madurar. Que lições podemos tirar dela? Leonardo Boff* Elencou algumas.

Primeira lição: o tipo de sociedade que temos não pode mais continuar assim com é. As manifestações de 2013 e as atuais mostraram claramente: não queremos mais uma democracia de baixíssima intensidade, uma sociedade profundamente desigual e uma política de negociatas

Segunda lição: superar a vergonhosa  desigualdade social impedindo que 5 mil famílias extensas controlem quase metade da riqueza nacional.

Terceira lição: prevalência do capital social sobre o capital individual. Quer dizer, o que faz o povo evoluir não é matar-lhe simplesmente a fome e faze-lo um consumidor mas fortalecer-lhe o capital social feito pela educação, pela saúde, pela cultura e pela busca do bem-viver, pré-condições de uma cidadania plena.

Quarta lição: cobrar uma democracia participativa, construída de baixo para cima com forte presença da sociedade organizada especialmente dos movimentos sociais que enriquecem a democracia representativa que, por causa de sua histórica corrupção, o povo sente que ela não mais o representa.

Quinta lição: a reinvenção do Estado nacional. Como foi montado historicamente, atendia as classes que detém o ter, o poder, o saber e a comunicação dentro de uma política de conciliação entre as oligarquias, deixando sempre o povo de fora. Ele está aí mais para garantir privilégios do que para realizar o bem geral da nação. O Estado tem que ser a representação da soberania popular e todos os seus aparelhos devem estar a serviço do bem comum. 

Sexta lição: o dever ético-político de pagar a dívida às vítimas feitas no processo da constituição de nossa nacionalidade e que nunca foi paga: para com os indígenas quase exterminados, para com os afrodescendentes (mais da metade da população brasileira) feitos escravos, carvão para o processo produtivo; os pobres em geral sempre esquecidos pelas políticas públicas e desprezados e humilhados pelas classes dominantes. Urge políticas compensatórias e pro-ativas para criar-lhes oportunidades de se autopromoverem e se inserirem nos benefícios da sociedade moderna.

Oitava lição: fim do presidencialismo de coalizão de partidos, feito à base de negócios e de tráfico de influência, de costas para o povo; é uma política de planalto desconectada da planície onde vive o povo. Com ou sem Dima Rousseff à frente do governo, precisa-se, para sair da pluricrise atual, de uma nova concertação entre as forças existentes na nação. 

Nona lição: O caráter claramente republicano da democracia que vai além da neoliberal e privatista. Em outras palavras, o bem comum (res publica) deve ganhar centralidade e em seguida o bem privado. Isso se concretiza por política sociais que atendam as demandas mais gerais da população a partir dos necessitados e deixados para trás.

Décima lição: inclusão da natureza com seus bens e serviços e da Mãe Terra com seus direitos na constituição de um novo tipo de democracia sócio-cósmica, à altura consciência ecológica que reconhece todos os seres como sujeitos de direitos formando um grande todo: Terra-natureza-ser humano. É a base de um novo tipo de civilização, biocentrada, capaz de garantir o futuro da vida e de nossa civilização.

*Leonardo Boff é teólogo, filósofo, professor, ecologista e escritor

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Educação: ENEM


Sei que o ENEM ainda está longe, porém como todos sabem a cada ano que passa o nível e a concorrência aumenta. Hoje o aluno que tem a pretensão de fazer uma boa prova  tem que se preparar  com muita antecedência, por isso achei interessante postar esse texto sobre mais uma forma de ajudar  alunos que buscam fazer um bom ENEM:
 

"A Hora do Enem é voltada para os 2,2 milhões de estudantes no terceiro ano do ensino médio. A plataforma começou a ser acessada nesta terça-feira. Para participar, o estudante, seja de escola pública ou privada, precisa fazer um cadastro. Além dos simulados, a plataforma oferece aulas e exercícios. Cada estudante recebe um plano individual de estudos de acordo com os objetivos no exame.


"Será um simulado online do MEC, para cada um poder participar e saber o desempenho que teria no Enem, qual nota tiraria, se está bem ou não. O estudante recebe, em seguida, um plano de estudo personalizado", explica o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

 

O programa é baseado no projeto Geekie Games, desenvolvido desde 2013. "Quando você se cadastra, pode escolher o seu objetivo, o curso que quer fazer. O computador calcula quanto tempo você precisa estudar. O estudante recebe o plano de estudo individualizado com quais aulas precisa assistir e exercícios que precisa fazer", acrescenta o ministro.

 

As aulas serão disponibilizadas online, em plataforma denominada Mecflix, "Já fizemos estudos, duas horas e meia de estudos por dia na plataforma melhora em media 30% o desempenho no Enem. Estudem, estudem. E quando estiverem cansados estudem mais um pouco, que não faltam condições", aconselhou o ministro.



Pelos menos quatro simulados nacionais serão feitos até a data do Enem. Haverá provas nos dias 30 de abril, 25 de junho, 13 de agosto e 8 e 9 de outubro. Os últimos exames serão no mesmo formato da prova e terá dois dias de duração. Não haverá simulado da redação.



Além do acesso pela internet, a Hora do Enem veiculará diariamente, às 18h, aulas nos canais públicos, comunitários e universitários na televisão em todo o país. Nos finais de semana, haverá reprise dos programas. A intenção é possibilitar o acesso daqueles estudantes que não possuem conexão com a internet.



Outra iniciativa para possibilitar o acesso será disponibilizar computadores nas universidades, institutos federais e algumas instituições privadas. Os estudantes que quiserem usar esses terminais, precisam se inscrever no site da Hora do Enem entre 11 e 15 de abril.



Segundo Mercadante, a Hora do Enem não tem custo para o ministério, pois é uma parceria com o Sistema S, conjunto de organizações de entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional. Fazem parte o Senai, o Sesc, o Sesi e o Senac."

Fonte: Agencia Brasil

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Desabafo de uma deseperançosa



Diante de todas as coisas que vemos e ouvimos  nas redes sociais, na tv e nos debates sobre o que está acontecendo no nosso Brasil, já sabia que chegaria um dia em que estaríamos fartos de toda essa lama que representa a nossa política. Agora sei que já chegou esse dia.

Por onde andamos  as pessoas tentam externalizar suas opiniões sobre essa situação toda. Quem apoia o governo e acha que o impeachment é golpe defende seu ponto de vista. Os que são contra o governo e desejam que a Dilma saia também se exalta ao falar sua opinião. No entanto, uma coisa não podemos negar: sempre assinamos uma promissória de bobos.

Bobos em acreditar que essas pessoas que nos representam  irão fazer alguma coisa  por nós, bobos também em acreditar que essa crise será resolvida depois que essa leva de políticos corruptos saírem_ infelizmente outros políticos desonestos entrarão.

Nessa nossa história podre, uma coisa é certo_ não existem inocentes_ com essas delações premiadas o que está vindo à tona é que entre deputados, senadores, ministros, presidente todos cometeram erros gravíssimos enquanto representantes do povo. 

A cada novo dia mais delações, mais gente entra na lista de corruptos. Se tudo o que já foi dito se confirmar estamos vivendo uma calamidade sem tamanho. O nosso país ainda terá solução?

Não costumo ser pessimista, mas confesso que minhas expectativas para o nosso país não são boas. Estou farta de tanta sujeira. E o pior é quando tentamos olhar para  frente pra ver se vemos uma luz no fim dessa escuridão e ainda não enxergamos.Que apareça logo pelo menos uma fagulha para clarear nossas esperanças.