domingo, 31 de janeiro de 2016

Por que nunca contamos tanta mentira









A mentira nasceu junto com a sociedade. O ser humano começou a mentir assim que se juntou em grupos, e nunca mais parou. Uma experiência da Universidade de Massachusetts mostrou que, quando duas pessoas se conhecem, cada uma conta em média três mentiras - nos primeiros dez minutos de conversa. E pessoas que compartilham a vida toda (cônjuges, parentes, amigos) também mentem entre si, às vezes de forma terrível. Todo mundo mente. Tem gente que mente para levar vantagem, conseguir o que quer. Alguns mentem para não contrariar ou magoar outras pessoas. Tem quem minta para parecer mais legal e ser aceito socialmente.

 Existem infinitas maneiras de mentir, e elas nos acompanham o tempo todo.Sempre foi assim. A novidade é que está piorando, e muito. Nunca se mentiu tanto (um estudo assustador, que vamos explorar daqui a pouco, indica que as pessoas passaram a mentir de três a cinco vezes mais na última década). 

A mentira nunca foi tão corriqueira e tolerada, e por isso ganhou um poder avassalador - hoje tem papel determinante na economia, na política, na imprensa, na medicina, na propaganda, no consumo, nas relações humanas. Se você acha que o mundo está mentindo para você, está certo. O que você nem imagina é quanto.

Onde nada é o que é

Quando se comunicam via mensagens de texto, as pessoas mentem três vezes mais, em média, do que falando cara a cara. Usando e-mail, cinco vezes mais. Foi o que concluíram os psicólogos Robert Feldman e Mattityahu Zimbler, da Universidade de Massachusetts Amherst, num estudo com 110 pares de estudantes que não se conheciam. Cada dupla conversou entre si por 15 minutos usando e-mail, mensagens ou ao vivo.

 Em seguida, os cientistas revisaram as conversas e entrevistaram novamente cada voluntário, para detectar inverdades. E o festival de mentiras virtuais veio à tona. "Quando você está online, fica menos contido. Os seus sinais faciais e comportamentos verbais não podem te delatar - e por isso é mais fácil ser enganoso", explica Feldman. Na próxima vez que você andar pela rua, repare em quantas pessoas estão com o celular na mão e usando o WhatsApp. E entenderá por que nunca se mentiu tanto.

A velocidade da internet também é uma grande aliada na propagação de mentiras. Um estudo da Universidade Columbia analisou 100 boatos e informações falsas que se propagaram pela rede entre agosto e dezembro de 2014 - e 1.500 reportagens, posts e artigos que foram escritos a respeito delas. Concluiu que notícias falsas tendem a se espalhar mais rápido e com mais força do que as verdadeiras, e recebem dez vezes mais cliques do que eventuais desmentidos: porque a mentira, quase sempre, é mais espetacular (e, portanto, mais chamativa) do que a verdade.

A extinção da mentira
A pessoa ruboriza, pisca muito, transpira, põe a mão na boca, mexe em objetos, evita o contato visual. Quando desconfiamos de alguém e notamos indícios assim, é tiro e queda. Está mentindo! Será mesmo? "Não há tiques universais que indiquem que as pessoas estejam mentindo. Uma pisca rápido, mas outra pode olhar fixamente para você, com longas pausas entre as piscadas", diz o psicólogo Robert S. Feldman, da Universidade de Massachusetts Amherst. 
 
E a polícia, que supostamente tem técnicas para desmascarar mentirosos, não vai muito melhor.Por tudo isso, há quem aposte no famoso detector de mentiras.Mas existe uma coisa que promete avanços contra a mentira: a estimulação magnética transcraniana (tDCS). Essa técnica consiste em aplicar campos magnéticos sobre o cérebro, interferindo com sua atividade elétrica - e, com isso, estimular ou inibir determinadas áreas. Mas o estudo foi pequeno, e o efeito conseguido foi modesto.
  
O fato é que a mentira continuará conosco para sempre. E é inevitável que, daqui a alguns minutos, horas ou dias, você conte a sua próxima. Resta tentar usá-la para o bem. Como dizia o poeta Noel Rosa: "Saber mentir é prova de nobreza/Pra não ferir alguém com a franqueza/Mentira não é crime/É bem sublime o que se diz/Mentindo para fazer alguém feliz.

Fonte: Super interessante

sábado, 30 de janeiro de 2016

Por que temos (des)gosto pela política?




Somos seres políticos por natureza, às vezes ouço pessoas dizerem que não  gostam de política. Mal sabem elas que a política está intrínseca na nossa condição humana.
 O próprio conceito de política está relacionado a liberdade( em todas as suas formas), objeto de desejo de todo ser humano.


Na Grécia Antiga a liberdade de um cidadão estava relacionada a participação na vida pública, ou seja , na política. Nem todos poderiam alcançar essa liberdade por que era para poucos, para aqueles que atendessem uma série de requisitos que o qualificasse como CIDADÃO.


Se na Grécia o conceito de política se remetia a algo especial, atualmente esse termo não nos traz referências positivas. Participar de um debate político entre amigos sobre esse assunto o que no mínimo pode ocorrer  são discussões acaloradas. Quando não, as pessoas se mostrarem indiferentes não querendo nem saber do assunto.


Na verdade o comportamento da sociedade brasileira atualmente é apenas um reflexo da própria estrutura política que se afirmou no Brasil desde o período colonial. A nossa atitude diante desse assunto é  uma reação daquilo que não nos agrada, pois de fato não nos sentimos representados democraticamente.A política pra nós não se remete a liberdade nem tão pouco a interesses públicos  para  um bem comum. Se na polis grega  a politeía ( referindo –se a polis) era uma espécie de ciência superior,  pois era dela que conduzia as relações de poder entre os cidadãos, para muitos a política nada mais do que  uma espécie de organização criminosa que só serve para roubar  nosso dinheiro.


Não é de se estranhar esse tipo de sentimento com relação à política por tudo que já vivenciamos a esse repeito. Pela  corrupção que existe no nosso país, e tantas outras coisas mais  já estamos cansados de sermos enganados. Ideologia? Convicções políticas? Trabalhar para o bem comum? Nada disso importa para os nossos representantes tão “criteriosamente” escolhidos pelo povo. O que vemos é uma ganância pelo poder. Os que já beberam da fonte do poder querem continuar __a isso damos o nome de oligarquia__e os que nunca provaram querem sentir o gostinho.


E aí onde ficam os interesses do povo? Onde está o bem comum? Nada disso tornar a essência da política. E ficamos nós aqui como navegantes a deriva esperando um “salvador da pátria” vir nos resgatar. O problema é que não sabemos se o melhor é sermos “resgatados” ou se afundamos de vez.




quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Os países mais corruptos do mundo



O ranking da desonestidade, suborno e negociatas

 Qual o custo da desonestidade dos governos? De acordo com o novo relatório da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, ele é imenso e vai muito além do roubo de dinheiro público.

A falta de lisura de um país está ligada a graves problemas como o baixo índice de desenvolvimento humano, mão de obra escrava e infantil, tráfico de pessoas e animais silvestres, destruição ambiental, aumento da ineficiência do sistema político e econômico entre outras mazelas que, no extremo, corroem os alicerces da democracia.

Divulgada nesta quarta-feira (27), a nova edição do Índice de Percepção da Corrupção mediu os níveis percebidos de corrupção no setor público em 168 países, com base na opinião de especialistas.

Os países receberam notas que variam de 0 a 100. Quanto mais próxima de zero for a pontuação, mais corrupto é o setor público daquele lugar.

Ao todo, dois terços dos 168 países listados no índice têm uma pontuação abaixo de 50, numa escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto).

Brasil

Hoje, no ranking, o Brasil está em pior colocação do que nações africanas, como Namíbia e Botsuana. Os escândalos envolvendo a Petrobrás ajudaram a rebaixar o país, que caiu do 69º lugar no ranking anterior para o 76º na edição atual.

Nesta galeria, foram considerados apenas os países mais problemáticos, que tiveram as menores notas na classificação geral no índice, sendo a Coreia do Norte e a Somália os piores casos, com apenas 8 pontos cada (empatados na última colocação). No extremo oposto, entre os países menos corruptos, aparecem a Dinamarca (91 pontos) e a Finlândia (90 pontos). 

Para além dos conflitos e guerras, a fraca governança, instituições públicas débeis – como a polícia e o judiciário, e a falta de independência da mídia caracterizam os países que ocupam as posições mais baixas.

Fonte:Exame.com

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Jeitinho Brasileiro



É interessante o que observo atualmente pelas ruas da nossa cidade, um fenômeno muito curioso. Sempre vejo familiares parabenizando pessoas ilustres ou não em autdoor espalhados pelas avenidas de Paraupebas.

  
Desejar algo positivo para aqueles que estimamos é comum e até mesmo bonito para quem vê, no entanto se tratando de ano de eleições municipais é de até estranhar algumas atitudes como  essas.

Como a Justiça Eleitoral ainda não autorizou a propaganda eleitoral obrigatória alguns desses homenageados que estamos vendo pelos autdoors da cidade estão utilizando um jeitinho brasileiro para serem lembrados pela população. Ávidos para ocuparem ou a câmera municipal ou o Palácio dos Morros dos Ventos.


Existe um famoso antropólogo brasileiro chamado Roberto Da Matta que  admiro muito. Em um dos seus livros chamado “você sabe com quem está falando?” ele mostra uma relação ruim que nós brasileiros temos  com a lei geral, com a norma desenhada para todos os cidadãos, com o pressuposto que essa regra universal produz legalidade e cidadania. Esse jeitinho brasileiro revela uma forma de não cumprir normas.


É dessa forma bem peculiar que o fenômeno dos parabéns espalhados pela cidade acaba sendo reproduzido aquilo que Da Matta chama de malandragem a brasileira.O ano 2016 promete ser um ano acirrado na corrida eleitoral, com ânimos acalorados os nossos futuros representantes políticos utilizarão todas estratégias para ocuparem o poder.




terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Grécia está prestes a ser varrida da História



Uma proposta que está sendo gestada em Brasília pode apagar a Grécia da História. Ironicamente ela não afetará nenhum cidadão grego, mas pode ser devastadora para os brasileiros.


Não, o Brasil não mandará tropas ao mar Egeu. A proposta se refere a mudanças no que as quase 200 mil escolas brasileiras deverão ensinar aos seus alunos em todas as disciplinas, a chamada Base Nacional Comum Curricular. Uma organização assim é bem-vinda. Entretanto, para ser benéfica, deve ser muito cuidadosa nos conteúdos propostos. E aí está o problema.


Evidentemente a educação é a mais poderosa ferramenta de controle de um povo. E a disciplina de História tem papel crucial nessa tarefa, pois apresenta elementos capazes de moldar a moral do cidadão. Não é de se espantar, portanto, que todos os regimes totalitários lancem mão desse recurso odioso.


No Brasil mesmo, temos o exemplo do currículo imposto pelo governo militar, que distorceu à vontade a história do país para criar uma geração dócil e pouco contestadora. O próprio currículo atual está longe de ser perfeito, sendo resultado de um arremedo do que sobrou do currículo militar com discussões mal-ajambradas da academia desde então, além da ideologia de cada autor.


Mas, afinal, o que o MEC está propondo para História?


Ameríndios e africanos versus europeus


A proposta do MEC parte de um pressuposto interessante é válido: como os fatos culminaram na atual sociedade brasileira. Mas a situação se deteriora rapidamente quando observamos os conteúdos propostos para se atingir esse objetivo pedagógico.


Pela proposta, o ensino de qualquer coisa anterior às Grandes Navegações foi eliminado, incluindo aí a formação dos povos mesopotâmicos, egípcios, hebreus, gregos, romanos, além de todos os Estados europeus, pedras fundamentais da cultura ocidental, inclusive da brasileira.


O currículo atual, bastante centrado na Europa, daria lugar a uma proposta fortemente focada em civilizações ameríndias e africanas. Todo o estudo da Antiguidade, Idade Média, Renascimento é eliminado, incluindo o surgimento e a disseminação do Cristianismo, do Judaísmo e do Islamismo. Em seu lugar, entram o contexto político dos povos indígenas brasileiros e da África subsaariana às vésperas da Conquista. E até temas para lá de questionáveis para a formação do cidadão brasileiro, como a independência do Haiti e a Revolução Boliviana ocupariam as aulas de história.


É inegável a influência dos índios e dos africanos em nossa cultura e elas merecem ser mais bem apresentadas do que são hoje. Mas de forma alguma isso pode acontecer em prejuízo de outros elementos definidores dela, a maioria mais importantes que os agora propostos. Pois, queiram ou não, nossa cultura e nossas organizações social, política, legal tem base europeia.


Pela nova proposta, eventos históricos europeus só são considerados naquilo que, de alguma forma, se relacionem com o Brasil. Mas como entender a independência do nosso país sem entender que a Corte portuguesa só veio ao país fugindo das Guerras Napoleônicas? É como entendê-las sem compreender a formação do Estado francês, que por sua vez está ligado, em suas raízes, ao fim do Império Romano. Esse, por sua vez, construído sobre a cultura de um país por eles dominado militarmente (mas não culturalmente) séculos antes: os mesmos gregos do início deste artigo.



Essa proposta, que, a despeito da consulta pública, é completamente desconhecida da população, precisa ser, portanto, discutida e modificada dramaticamente! Entretanto, o pouco tempo disponível (cerca de seis meses) e a falta de divulgação e transparência nos processos me fazem sinceramente temer pelo resultado final.


A História, apresentada de maneira ampla e sem viés ideológico, é uma essencial para a formação, manutenção e evolução de qualquer sociedade. Estamos em um momento precioso para fazer isso direito, mas a proposta atual corre exatamente em sentido contrário.


Afinal, como nós estudamos na escola, conhecendo a história, compreendemos o presente e criamos um futuro melhor para todos. Mas, com a proposta em questão, temo que nossos filhos e netos não terão a mesma oportunidade de desenvolver essa visão crítica do mundo.



Fonte: Estadão