Sufocados pela lama

   Reflexão sobre tragédia anunciada

 O que aconteceu em Minas Gerais no dia 5 de novembro não é mais um episódio isolado, que passa como notícia de retrospectiva e daqui um ano relembramos em uma nota de rodapé. O fato deve transformar a forma como vemos o monopólio dos recursos naturais, a administração inconsciente das empresas privadas, a falta de fiscalização no País, a irresponsabilidade em assumir as consequências e muitas outras coisas negativas que atrasam nosso real desenvolvimento, que deveria ser pró sustentabilidade e direitos para todos.

Considerado um dos maiores desastres ambientais do mundo, o caso na cidade de Mariana é comparado, por muitos, às tsunamis, vulcões e enchentes recorrentes em algumas regiões do Planeta. Mas, não. Não é comparável a nenhum desses fenômenos naturais, pois esse, é fruto da irresponsabilidade e descaso de quem quer fazer dinheiro às custas da vida alheia.

  
Em maior ou menor grau há milhares de empresas fazendo isso e, o mais grave, é saber que para a maioria não haverá prevenção e quando acontecer algo semelhante ao que aconteceu com a população mineira, todos farão ‘corpo mole’ para as resoluções.

As consequências reais dessa tragédia só o tempo vai mostrar, mas esquecer é ser conivente com quem provocou.

Fonte: Mundo Jovem