quinta-feira, 2 de junho de 2016

60 dias crucial

Começa amanhã uma contagem regressiva crucial para o futuro do governo interino. Se mantida a previsão de votação final do impeachment pelo plenário do Senado no dia 2 de agosto, nestes 60 dias Temer terá que convencer o Brasil de que o país estará melhor com ele, que Dilma deve ser condenada, perdendo o mandato e os direitos políticos por oito anos, sendo ele efetivado para nos governar até 2018.

Convencendo o Brasil, o Senado lhe dará os 54 votos necessários para se tornar presidente de fato.  Do contrário, vai se aprofundar a tendência de alguns senadores a mudar de voto,  frustrando o quórum necessário de dois terços.

Temer sabe que a vitória de 11 de maio pode escorrer pelos dedos. Nas ultimas horas falou em herança, sem usar a expressão maldita, para justificar suas dificuldades. e disse já ter proposto agenda positiva para o país. Vai ver que o pais anda com problema de entendimento, porque não se entusiasmou. Nem mesmo o mercado. As quedas de ministros desgastam mas pesariam menos se o país estivesse apostando alto no governo que assumiu em 12 de maio.  Não é isso que se vê.

E o que virá se, mais perto de agosto, estiver delineado um cenário de absolvição de Dilma?  A questão de honra, para ela, para Lula e o PT, é demonstrar que não houve crime de responsabalidade. Que o impeachment foi um golpe com vestimenta legal. Mas ela mesma sabe que, se tiver os votos para não ser condenada, não terá as condições para voltar a governar. Ainda mais se tiverem sucesso as manobras de Eduardo Cunha para não ser cassado e seguir como eminência parda e poderosa na Câmara. E que volta não seria esta, depois que Temer virou de ponta cabeça a estrutura do governo e descontinuou importantes políticas públicas.

É nesta hora que terá de haver um acordo. Não um acordão secreto entre caciques,  como o do impeachment, descrito por Jucá,  para barrar a Lava Jato. Um acordo nacional, transparente, republicano, no qual todas as forças políticas aceitem zerar a disputa e chamar o povo a decidir nas urnas.

Fonte: Tereza Cruvinel

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